Bicicletas e Natal = saúde

Esses dias vi uma reportagem sobre árvores de Natal de acordo com os signos e uma das que mais me chamou a atenção foi a de Sagitário, uma bicicleta toda enfeitada de luzes! E ela remetia ao desejo viajante que é atribuído aos que nascem nesse signo. E não apenas à eles, sejamos francos.

E me pus a pensar se haveriam mais referências entre bicicletas (bikes) e Natal. E encontrei alguns exemplos bem interessantes.

Essa imensa árvore em um shopping usando dezenas de bikes criou um efeito bem bacana.
Uma  árvore usando 35 bikes recicladas foi feita em Bermondsey Square, em Londres, num Natal desses. 
Londres
E o mesmo conceito foi usado em Sydney, usando uma centena de bikes recicladas. Foi chamada de "Tree-Cycle" e o efeito de árvore de Natal foi conseguida com a pintura em cor verde de certas estruturas das bicicletas. Além de ser um exemplo de reciclagem, essas árvores passam uma mensagem sobre como se locomover.

Sydney
Fiquei pensando nisso porque vejo como o hábito de se locomover de bicicletas aos poucos vai se tornando mais frequente em Porto Alegre, cidade onde vivo. E uma cidade com poucas opções de ciclovias ainda. Muitos anos atrás foi feita uma tentativa e  um caminho foi pintado nas ruas. Mas, infelizmente, foi pouco respeitado pelos motoristas de carros. Agora, com mais consciência, vejo vários amigos que já usam suas bikes como forma de deslocamento urbano, inclusive para o trabalho. E já vejo também homens de terno e capacete no meio do trânsito. Sinal salutar para mim.

Fonte
Ainda há que enfrentar alguns preconceitos. Voltando de taxi do médico de minha mãe, passamos por uma rua de alto trafego onde está sendo pintada uma via para ciclovia. Imediatamente o taxista, muito simpático, por sinal, resmungou a velha ladainha de: "já temos poucas vias, isso só vai atrapalhar o trânsito, com tanta coisa para resolver, vão se preocupar em pintar faixa -e nos tirar espaço".     
Era a hora de ponderar. E foi o que fiz, falando da necessidade de políticas de mobilidade urbana, mas de um jeito que ele pudesse entender e ver que também lhe traria vantagens: ou seja, há que se oferecer alternativas para o transporte individual. Mais: há que se colocar obstáculos ao transporte individual. Ele é caro, ele é poluente, ele ocupa muito espaço, ele não é tão saudável como andar a pé ou pedalar. E óbvio que sobra mais gente para andar de táxi também.   

Fonte
E aí eu chego em casa e leio que os impostos das bikes acabam sendo mais caros que os dos carros, favorecidos por isenções, feitas justamente para favorecer empregos na indústria automobilística e que acaba gerando essa distorção. E uma nota no fim do texto que me fez ficar ainda mais preocupada.  

"A nossa maior preocupação é justamente nas bicicletas infantis, que custam cerca de R$ 300. Nessa faixa temos uma forte concorrência com o eletrônico. Hoje o sonho de Natal das crianças não é mais a bike, é um tablet, e isso gera problemas de saúde para esta geração." Fonte


Ou seja, ao invés de querer aquela marca de bicicleta de Natal, a gurizada está pedindo eletrônicos que as vão fazer ficar mais sedentárias, menos gregárias na vida real e podem agravar os já previstos futuros problemas de saúde toda uma geração, que podem inclusive diminuir a longevidade conquistada com os avanços da ciência. 

Assim se você se perguntou o que tinha a ver Natal e bicicletas, saiba que essa relação vai além de presentes ou decorações de Natal. É uma reflexão sobre como estamos contribuindo, ou não, para que esse planeta realmente se torne um lugar melhor para viver, essa mensagem manjada que tanto usamos nessa época do ano. Você não anda de bike? Eu também não. Então faça como eu, ande menos de carro, respeite o espaço da bicicleta, não esbraveje se houver mais ciclovias. Elas fazem parte de um futuro melhor. São um investimento da cidade nas pessoas, seja favorecendo que fiquem mais saudáveis pedalando, seja contribuindo para haver menos poluição. 

 

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