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Mostrando postagens de outubro, 2021

E qual é a sua versão ?

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Cada vez mais a verdade é uma versão. Antigamente, (pelo menos quando eu era pequena) as verdades costumavam ser buscadas em enciclopédias. Elas eram críveis para nós, que as buscávamos em um mundo que mudava bem mais devagar. A minha confiança em jornais e livros se abalou quando morava em Brasilia. Época da Ditadura militar, censura de imprensa. Comecei a comparar o que sabia estar acontecendo e o que saia nos jornais. Devia ter uns 14 anos, mas me lembro bem do sentimento de que nem tudo o que se lê nas manchetes é o que realmente acontece. Depois me surpreendi com uma versão da nossa história lida em um pais vizinho onde nossos heróis eram vilões. E compreendi que a versão depende do lado de quem vive a história. "Quem controla o passado, controla o futuro: quem controla o presente controla o passado. E no entanto passado, conquanto natureza alterável, nunca fora alterado. O que agora era verdade era verdade do sempre ao sempre. Era bem simples." George Orwell E hoje

Arquiteto - artista e/ou técnico ?

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"O arquiteto é essencialmente eclético, por isso, se encaixa nas três atividades (artista, profissional liberal, empresário) e em mais outras tantas. Nosso trabalho é criar instrumentos de cidadania, construir nosso estar-no-mundo. Ao procurarmos dar forma à encomenda, somos interpretadores das necessidades do homem: na família, nas instituições, na cidade, no País. O arquiteto tem de saber interpretar todos os sinais e as dimensões de cada situação. Sintonizado com as tecnologias e estimulando o avanço delas. Tem de ter a capacidade de participar da produção como um agente crítico, propondo soluções e  encontrando caminhos mais completos, mais abrangentes. Afinal, arquitetura é o espaço-síntese de toda a cultura." Gustavo Penna

O que cabe na bolsa de uma mulher ?

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O que cabe na bolsa de uma mulher ? Quase o mundo...De batom a IPad, de chave a drops, de trena a cartão de crédito.... É impressionante como o espaço de uma bolsa feminina parece crescer na medida da necessidade de usos.  Cartões de visita, listas de super mercado, lembranças de um amor, passageiro ou permanente, não importa, mulher gosta de guardar essas coisinhas. Já viram mulher com bolsa pequena ? Se já, e não era festa, com certeza ela tinha uma pasta com o resto das traquitandas. Mulher gosta de estar sempre preparada. Seja para uma reunião de emergência, seja para uma emergência amorosa.  E o que tem a ver a Arquitetura com a bolsa feminina ? Quase tudo !  Olhem para os "apertamentos" modernos e vejam como eles podem ser versáteis como as bolsas que carregamos.  Nas suas áreas minúsculas, com projetos criativos, surgem espaços que são inacreditáveis. Fonte : Pinterest  

A rebeldia do Chico foi culpa da casa do Oscar

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Se vivemos em tempos de narrativas, onde menos que os fatos, sobram as conclusões e versões, atesto que a rebeldia do Chico, o tal Francisco de Hollanda, foi culpa do Oscar, o tal de Niemeyer.  Não o culpo, naqueles anos 50 e 60 havia uma cultura crescente no país. Hoje mais pungente. A bossa nova corria o mundo e um jovem arquiteto deslumbrava as pessoas com as suas formas escultóricas. Não, não vou aqui tecer comentários a respeito se seriam arquitetura em toda a sua expressão, não importa. O Oscar deslumbrava. E era do Brasil.  Não era sonho apenas dos Hollanda, que obviamente tinham poderio econômico para sonhar com uma casa assinada pelo arquiteto famoso. Em muitas cidades pelo interior se multiplicavam colunas estilo Brasília, feitas acredito com toda forma de tecnologia construtiva, mas mimetizando as formas da recém capital que apontava que sim, iriamos ter um futuro afinal.  Jovens criativos corriam para aquela faculdade que ainda parecia coisa de gente distinta, a arquitetura

A ambição das coisas miúdas de MANUEL DA COSTA PINTO

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Nas minhas pesquisas de arquivos, volta e meia encontro algum texto interessante. Hoje a pesquisa era sobre Carlos Drummond de Andrade e acabei encontrando essa crônica, publicada na  FSP de 11/02/2007, chamada de:   A ambição das coisas miúdas Sonhando com hortas e mercadinhos, Lucio Costa se aproxima da visão de mundo de Drummond e Bandeira  MANUEL DA COSTA PINTO " A solução apresentada é de fácil apreensão, pois se caracteriza pela simplicidade e clareza do risco original (...). É assim eficiente, acolhedora e íntima. É ao mesmo tempo derramada e concisa, bucólica e urbana, lírica e funcional. " Com essas palavras, ao final do "Relatório do Plano Piloto de Brasília", Lucio Costa sintetizou o espírito que procurara dar ao projeto da nova capital, um amálgama das fórmulas de Le Corbusier com elementos do modernismo brasileiro. Elaborado mais de 20 anos depois da "Carta de Atenas" (redigida em 1933 pelo urbanista francês para lançar as bases da arquitetura