Arquitetando sabores e memórias em Granada

É possível conhecer a Arquitetura sem saber a História e a Cultura de quem a projetou? Podemos passear impunemente por Palácios, Templos, ruelas e vielas de locais que admiramos sem passear também pela vida dos homens e mulheres que ali amaram, viveram, sorriram, lutaram e sofreram? Em cada arco, em cada ato, em cada traço existe intenção e existe memória.

Por isso fui para o Almoço Cultural no Studio Clio sobre Granada para conhecer mais que referências sobre a cidade. Fui para mergulhar um pouco na cultura e no porque ela é assim como é hoje. 
FONTE
Da história de Granada pouco sei. Cidade da Andaluzia, situada ao sul da Espanha. Hoje um país. Ontem um monte de reinos com suas línguas e hábitos próprios. O sul foi domínio islâmico por muitas centenas de anos e sua arquitetura reflete essa cultura. A arquitetura do islã tem características peculiares que refletem uma beleza de formas que a nós, ocidentais, fascina! Ela se caracteriza também pela riqueza de pátios internos onde a beleza se descortina com esplendor. E pela luz! Muita luz!
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Fico imaginando o que Granada significava para os reis católicos em torno de 1500. E agradeço do fundo do coração que tenham tido a sensibilidade de reconhecer a beleza acima das crenças religiosas e terem preservado as imensas riquezas construtivas da cidade.  
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A geometria perfeita, a não representação de formas da natureza, a valorização do interior e a estreita relação com a água são características marcantes da arquitetura islãmica.
Una parte importante del legado musulmán que no siempre está a la descubierta y es tan evidente es la construcción del jardín y sus fuentes donde experimentaron técnicas agrícolas y realizaron grandes avances en botánica e irrigación (Fuente: Merche S. Calle, Plantas de las tierras de al-Andalus, portal:www.ideal.es). El agua es un complemento básico de la arquitectura islámica. A su valor ritual y simbólico se une su función refrescante. La luz sirve tanto para modificar los elementos decorativos como para crear otras formas ornamentales. Ambos incrementan el dinamismo de la decoración y aumentan el impacto visual de los monumentos (Fuente: Elena Sarnago Notivolo, La Decoración en el arte Islámico, portal: clio.rediris.es) (Fonte)
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Na Arquitetura Islâmica, a planta do edifício apresenta-se como um conjunto de retalhos, onde cada espaço possui sua própria natureza geométrica. O resultado é uma planta sem um centro regulador, sem uma simetria uniforme, onde cada porção de estrutura estabelece sua própria ordem. A planta do Palácio de Alhambra, localizado em Granada, na Espanha, ilustra bem essa ideia: é a união de quadrados, retângulos, octógonos, dispostos em diversas escalas e ângulos, formando um todo harmonioso. Citando Christopher Alexander [iv]: “(…) the Alhambra (…) a marvel of living wholeness. It has no overall symmetry at all, but an amazing number of minor symmetries (…).”(ver figura 05 – Alhambra Palace Plan) (Fonte)

FONTE - Planta do Palácio de Alhambra
Fico imaginando a riqueza de uma cidade que traz em si a memória cultural de três importantes culturas: mouros, cristãos e judeus. Em cada um uma crença que levou também a criações arquitetônicas. Admira-las, sabendo de onde vieram, só nos acrescenta.

No almoço fiquei sabendo sobre a Granada e origem do nome: uma fruta. Não riam, eu não sabia que a nossa romã se chamava Granada na Espanha e que era tão representativa a ponto de estar representada em coluna e no brasão do país.

E sobre a culinária fiquei com uma dúvida: como o porco não é servido nem na culinária judaica nem islâmica, qual a sua origem como representativa da região? 

Almoço Clio | Granada

Palestrante María del Carmen Martínez Chico e culinária de Carine Tigre
Poetizada por García Lorca e esmiuçada por Gerald Brenan, Granada encantou, ao longo de sua história, a califas e a reis, a nômades ciganos e a ilustres viajantes internacionais. Localizada entre o mar e a montanha e orgulhosa de sua herança muçulmana, judia e cristã, talvez mais que nenhuma outra cidade, Granada é o lugar onde o tempo e o espaço se fundem. Tal é a sua beleza, que a lenda conta que, em 1492, Boabdil, o último rei de Granada depois da tomada da cidade pelos Reis Católicos, chorou ao dirigir-se o caminho do exílio. Hoje, a alma apaixonada de Boabdil sobrevive na Alhambra, no Albaicín, em cada canto granadino e, sobretudo, em cada um dos viajantes que, ao abandonar a cidade, viram a cabeça para ver o que deixam para atrás. 

Entrada
Habas con Jamon (salada de feijões com presunto e ovos) - Gentem!!! Uma delícia, tenho que aprender a fazer essa salada. Juro que não consigo esse ponto do feijão para salada, quem souber um macete, me ensine!
Principal
Cerdo com patatas a lo pobre (porco assado com batatas e pimentões ao azeite de oliva) - O tal do porco que eu quero saber qual a origem como prato típico. estava bom, mas eu não sou muito adepta de comer "parente" então apreciei mais as batatas que estavam no ponto!
Sobremesa
Tocino de cielo (flan com calda de frutas secas) - Lendo que era flan, não dei muito valor (não gosto de pudins e flans), mas superou minhas expectativas.
E por fim, um passeio sobre a água e sua relação com Alhambra. E para quem quiser conhecer mais o palácio, clique AQUI


Fotos do almoço: Elenara Stein Leitão

Outras experiências culturais no Studio Clio - Veja AQUI

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