Pitágoras, O Zen e a criação

Meio que sem querer acabei comprando um livro do Ray Bradbury com crônicas sobre escrever. Essas coisas de ter facilitado a compra com um toque nesses sites de livros. Ainda bem que era um ebook e foi baratinho. Mas me fez parar e ler: O zen e a arte da escrita.

Bradbury é autor de um de meus livros prediletos: Crônicas Marcianas. Sempre gostei demais de ficção científica. Um dos artigos desse novo livro, comprado num impulso sem querer, fala de um conto onde havia um espaço cheio de telas onde se podia entrar e falar com Platão, por exemplo. 

Perfeito! O cara pensou nisso bem antes de qualquer computador como conhecemos hoje existir. Fiquei imaginando um aplicativo que fosse como um holodeck desses onde se pudesse passear pela Ágora grega e conversar com aqueles filósofos....
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Justo hoje quando tem gente que pensa que escola é lugar onde só se deve aprender e não debater. Onde falar em política, especialmente a partidária, em universidade é palavrão. 

E onde melhor lugar para se falar de tudo que em uma universidade? Que melhor escola que poder entrar em uma realidade paralela e voltar ao passado e interagir com Sócrates, Thales, Hipátia e Pitágoras?  

(Aliás, sobre esse obscurantismo que volta e meia acomete a humanidade em que o saber é reprimido em nome de outros valores recomendo o filme Ágora sobre a história da filosofa Hipátia. )  
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Falando em Pitágoras - e a gente sempre lembra do famoso teorema. Ele, ao contrário dos afluentes da margem direita e esquerda do Rio Amazonas, são daquelas coisas que a gente aprende e tira proveito. Pelo menos os que lidam com números.

Números eram paixões de Pitágoras. Me pego imaginando como aqueles gregos milhares de anos atrás olharam o universo e conceberam ideias e teoremas que ainda hoje usamos. Tá, tudo bem que a famosa democracia grega não era tão isonômica assim. Eles conviviam com escravos, as mulheres tinham uma liberdade até por aí, mas mesmo assim o que criaram em cultura e arquitetura nos fascina até hoje.

E porque esses gregos eram diferenciados? Talvez porque estudassem. Lessem. Viajassem. PENSASSEM. Vejam o tal do Pitágoras sobre quem sabemos de ouvir falar. Ele nasceu quase 600 anos antes de Cristo. Tinha lá a sua filosofia de vida e provavelmente uma condição financeira que lhe permitiu viajar muito. Parece que teve que se exilar em função de política. Não comia carnes, seguia preceitos morais de vida e para ele os números representavam a essência de tudo. Ou por outra, a essência poderia ser expressa por números.
Numerosas – e valiosas – foram as contribuições da Escola de Pitágoras no campo da Geometria. Assim, por exemplo, a demonstração de que a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a dois ângulos retos, ou 180 graus. Também formularam a teoria das proporções e descobriram as médias aritmética, geométrica e harmônica. Foi ainda Pitágoras quem descobriu a construção geométrica dos cinco sólidos regulares, isto é, o tetraedro ou pirâmide de quatro lados, o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro. A construção do dodecaedro requer a construção de um pentágono regular, também conhecida dos Pitagóricos, que usavam o Pentagrama ou Estrela Pentagonal ou Flamígera, como símbolo de reconhecimento entre os seus membros. (Fonte)
Já pensaram se conseguíssemos recriar essa atmosfera de tantos milênios atrás e fossemos capazes de bater papo com esses pensadores? Debater! Uma verdadeira escola de saber! Nada mais integrado ao sentido de existir que mergulhar no conhecimento e na possibilidade criativa da fantasia.


Sem sonhos impossíveis não há soluções possíveis. Ray Bradbury
Me sinto assim, meio que entrando numa realidade alternativa quando ouço uma palestra bem dada. Quase uma viagem ao passado. Sempre uma imersão no presente. Sempre uma abertura ao futuro. 

A função do  aprender. A possibilidade do debater. 

O que motivou essa postagem? Um almoço Clio com palestra do professor Doutor Francisco Marshall sobre Pitágoras.
Músico, místico, matemático, reformador, visionário, Pitágoras foi pivô de várias revoluções na história da cultura. Natural de Samos, radicou-se em Crotona, na Magna Grécia, onde fundou uma comunidade alternativa. 


Gastronomia da chef Carine Tigre

Entrada

"Samos" Khoriatiki salata (salada camponesa grega)
 Principal

"Crotone" (nhoque de grão de bico com ragu de cogumelos)
 Sobremesa

"Teorema" (triângulo retângulo de sêmola com frutas maceradas em vinho moscatel)
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