Mulheres Medievais - onde se escondiam?

Fui assistir mais um almoço no Studio Clio . Quando vi o tema me interessei logo, Mulheres Medievais. Nem me dei conta que a palestra seria em espanhol. Mas não me arrependi. Foi uma palestra brilhante!


Cristina de Pisano
A prof. Me. Estefania Bernabé Sanchez nos brindou com uma visão de mulheres brilhantes, muitas das quais nunca tinha ouvido falar. Para mim, confesso, as mulheres na Idade Média viviam em castelos feudais, bordando e servindo de moeda para homens guerreiros em uma classe social. E vivendo em campos, em péssimas condições e servindo de moeda de troca para seus pais, irmãos e maridos. Em suma, sempre vi a mulher como um ser submisso nessa época. As que se rebelavam tinham que se refugiar em conventos e sumir do mundo.


Mas na verdade, como em todas as épocas existiram mulheres fantásticas que tinham grande cultura. Entre elas Hildegarda de Bingen Cristina de Pisano. Mulheres que mantinham contato mais estreito com a natureza, com os ciclos vitais e e por isso mesmo poderosas e impactantes para o mundo masculino, cujo poder se instalava com o apoio explicito da Igreja Católica. Essa é a minha visão da palestra, pode ser que esteja tomando liberdades históricas, não sou mestra no assunto. Mas foi uma época em que o saber passa a ser monopólio da Igreja e a catequese do medo, do pecado e da culpa passam a prevalecer. 

Grandes curadoras como uma famosa médica de Salerno chamada Trotula de Ruggiero escreveram tratados sobre a saúde feminina. As mulheres detinham grande saber em ervas de tratamento, se dedicavam aos partos e também à estética, já que a vaidade parece fazer parte dos interesses femininos desde sempre. Muitas dessas mulheres foram perseguidas quando a desvalorização feminina cresceu nas sociedades. Muitas foram consideradas bruxas, mortas e seu saber sepultado. Mas muitas conseguiram sobreviver e marcar sua época. 

Falamos é claro de mulheres de uma condição social abastada como é o caso de Leonor de Aquitânia.

Vem dessa época a sacralização da figura de Maria como uma mulher assexuada, sagrada e absolutamente pura de pecados mundanos. 

Isso eu até sabia, mas que existiram tantas mulheres que se destacaram, que conseguiram manter a sua luz e marcar a sua trajetória com personalidade, eu desconhecia. Onde se escondiam? Pelo visto não se escondiam. Viviam e eram felizes. Estudavam, governavam, curavam. Faziam acontecer.

Tudo isso em um encantador espanhol, em uma aula brilhante, cheia de conteúdo e ao mesmo tempo leve e divertida.  


A gastronomia acompanhava a referëncia à época, com uma entrada de legumes, um prato principal com frango e arroz negro. E de sobremesa uma torta folhada de pêssego. Tudo delicioso.
Vai ter repeteco em janeiro. Recomendo fortemente.


Fotos - Google e Elenara Stein Leitao


Comentários

  1. Oi, Elenara. Essa visão da Igreja como dominadora através do medo, do pecado e da culpa, assim como a tese da divinização de Maria e o desprezo pela mulher é completamente falsa. Infelizmente, os católicos somos vítimas de uma propaganda injusta e lamentável.

    Fico feliz pela palestra. Gosto muito de Hildegard Von Bingen, sobre quem até já escrevi: http://blog.narajr.net/2012/09/sibila-do-reno.html

    Sugiro os livros de Regine Pernoud, que procurou divulgar uma visão bem mais equilibrada e realista da época medieval.

    Feliz Natal!

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  2. Vou procurar. Essa época me fascina e quero saber bem mais sobre ela. Obrigada pela outra visão. Só me acrescenta. Feliz Natal. Abracos

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