Nu masculino na arte ocidental - arte como fator de humanização

"Quando eu ando assim meio down.... "

E era bem assim que andava essa semana. E como já estava em Porto Alegre, paralelo 30, me restava o caminho certeiro para me sentir gente, para me humanizar. Abastecer minha alma. Além da dose extra de leituras (romances, livros técnicos e mais uma conta na Amazon) lá me fui eu para mais um almoço Clio. Dessa vez para um tema instigante: homem pelado.

Ops!!! Como assim Dona Arquiteta!!! Homem Pelado??? 

Pois sim, apesar de todas as nossas censuras culturais e pudores ainda existentes em pleno século XXI, a produção do nu artístico que vem retratando os corpos masculinos é bastante bonita e antiga. E para quem descrê dos pudores de hoje, recebi um aviso do You Tube de que muitos consideraram o vídeo da exposição sobre essa produção que aconteceu em Paris em 2013 como ofensivo. E ele é belíssimo, retratando um homem dos dias de hoje em poses de obras clássicas. De um bom gosto imenso. Enfim, deixei o link lá embaixo para quem quiser ver, com a devida advertência. 
“Discóbolo” do escultor Míron (século V a.C)
Fonte
De estátuas gregas privilegiando o movimento em épocas AC à fotos mimetizando a mesma pose em propagandas de poder, passando pelas obras clássicas que ornam igrejas, o almoço transcorreu com um panorama muito interessante sobre como o corpo masculino foi retratado, esculpido, fotografado e exposto no decorrer dos séculos.
Fotografia nu masculino século XX
Fonte
Em geral essas representações, pelo menos as que nos foram apresentadas e que são expostas em museus e praças do mundo afora, tem uma preocupação maior com a estética e modulação do corpo do que com o fator erótico. Isso talvez se deva à censura com que a exposição do corpo humano é vista pela sociedade ocidental. Muitas estátuas gregas receberam folhinhas de parreira para tapar a genitália exposta. Não muito tempo atrás o filme Laranja Mecânica recebeu bolinhas para tapar as partes pudendas (e eu fui uma que vi com as tais bolinhas no cinema - algo tão surreal que era muito mais obsceno que a nudez do ator). 

Mas Arte serve para isso. Para nos fazer refletir. Em tempos de redes sociais onde mulheres amamentando foram censuradas e onde a pornografia reina em navegações underground, é bastante pertinente encher os olhos com imagens belas, estudar como foram feitas e vistas pelos séculos de história. E ainda degustar um belo almoço.

"Coisas de magia, sei lá...."  (Fonte)


(AVISO: tanto o artigo como o vídeo contém cenas de nudez explícita.)
Veja AQUI um texto bem legal sobre o assunto. E AQUI um vídeo lindo sobre a Exposição que aconteceu no Museu d'Orsay em 2013, chamada de Masculin / Masculin. L'homme nu dans l'art de 1800 à nos jours
 “A Criação de Adão” (1508-1512)  de Michelangelo Buonarroti
Fonte

Corpos despidos: o nu masculino na Arte Ocidental

Palestra de Charles Lopes
A nudez masculina sempre esteve presente na história humana. Distintas culturas legaram-nos uma quantidade considerável de imagens de representações do homem. Na tradição da Arte Ocidental, estas figuras tiveram significativa importância, pois ao mesmo tempo em que conservam vestígios da antiguidade pagã, também são cruciais para o mito do Pecado Original no qual se situa no cerne da tradição judaico-cristã. É neste contexto que este Almoço Clio se insere: o prof. Me. Charles Lopes analisará esculturas, pinturas e fotografias que apresentam como temática o corpo masculino nu, e como ele vem sendo mostrado desde a Antiguidade até a cultura contemporânea. Gastronomia pela chef Carine Tigre.

Entrada Pêssego e copa com mix de folhas e redução de balsâmico
Entrada: Pêssego e copa com mix de folhas e redução de balsâmico
Entrada com um aroma dos Deuses (tudo a ver com o tema, né). Sou suspeita porque adoro copa. Para o meu gosto a redução de balsâmico estava muito forte. Mas como o tema era masculino, talvez fosse intencional.

Prato principal Ossobuco ao molho de pitanga com purê de mandioquinha
Prato principal: Ossobuco ao molho de pitanga com purê de mandioquinha
Ossobuco. Para a criatura aqui que evita comer carnes vermelhas foi um desafio e tanto encarar o prato principal. Ainda mais que era super bem servido. Mas como amo mandioquinha (também conhecida como batata baroa) misturei com o purê e deu para encarar. Estava bom sim. Mas ainda não é o que comeria por livre escolha. Mas fiz questão de fotografar o desafio vencido e que faz parte do meu propósito de não ser radical.   
A sobremesa estava divina! A massa escura, o creme de chocolate branco e a calda de frutas vermelhas estava no ponto exato. Repetiria se desse, com certeza.
Torta de chocolate branco com calda de frutas vermelhas
Sobremesa: Torta de chocolate branco com calda de frutas vermelhas
Fotos do almoço : Elenara Stein Leitão


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