Mapas da cidade - ouvindo a voz do escritor sobre ruas e bairros
Tomei contato com a obra de Érico Veríssimo ainda adolescente. Clarissa, uma guria quase da minha idade me tomou de assalto. Depois fui atrás de mais e mais para saber o que acontecia com ela e com os personagens que aquele gaúcho, nascido na Cruz Alta de minha mãe, escrevia em seus livros. Li quase todos! Falo sobre ele aqui
Por isso mesmo o assunto desse almoço no Studio Clio falando de uma Porto Alegre dos anos 30, na voz do escritor que descreve as ruas e bairros com uma fluidez e colorido que só os bons autores sabem fazer. Deliciosa palestra de Márcia Ivana De Lima E Silva
Se eu já me deslumbrava com a Porto Alegre que conheci aos cinco ou seis anos de idade, quando vinha visitar a Capital com meus pais ( e isso eram os anos 60), fico imaginando a cidade que era nos anos 30. Para um estado rural, os prédios deviam parecer deslumbrantes. Imaginem então um grande dirigível cruzando os céus da cidade e a população ao lado dos prédios do centro. Deles ainda resiste o Teatro São Pedro a esquerda e a biblioteca municipal ao fundo (direita).
Arquitetos e urbanistas analisam cidades sobre mapas, plantas e desenhos. Mas cidades são mais que isso. Cidades são olhares tantos de quem as habitam. Cidades são feitas de histórias e vivências. Atrás de cada janela em cada noite escura, se escondem sonhos e universos a serem descobertos. Pessoas fazem cidades e por isso elas vivem em constante mutação. Através de suas memórias, de suas ficções vemos uma cidade que se esconde nos meros mapas que vemos em livros ou telas de computador.
Érico também tinha a sua visão da Porto Alegre de então, talvez a visse mais cosmopolita que realmente era...dizia que seus primeiros romances descreviam a "provincianíssima Porto Alegre
de 1934 como uma metrópole tentacular e turbulenta que recendia a
gasolina queimada e asfalto. Em Olhai os Lírios do Campo fiz uma
das personagens, um arquiteto, construir um arranha-céu de trinta
andares – coisa que na realidade a capital do Rio Grande do Sul só veio a
ter vinte e cinco anos mais tarde. (Fonte).
Não sei como eram e se fazia os seus célebres diários e desenhos dos lugares que criava em seus livros. Ele os via de tal forma que, para países imaginários, criava mapas com geografia e detalhes apurados.
Não sei como eram e se fazia os seus célebres diários e desenhos dos lugares que criava em seus livros. Ele os via de tal forma que, para países imaginários, criava mapas com geografia e detalhes apurados.
Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento.
Érico Veríssimo
ALMOÇO
O cardápio tinha obvias referências à gastronomia gaúcha. Os chefs Leonardo Magni e Liliana Andriola ,
da Mandarinier, sempre se esmeram em nos brindar com descobertas e
gostosuras. Dessa vez sem estranhamento, mas ao contrário, com um
reviver sabores da infância e da vida da gente que mora aqui.
Entrada
Salada de folhas com pêssego e copa serrana
Salada de folhas com pêssego e copa serrana
Prato principal
Picadinho com purê de moranga e queijo colonial acompanhado de farofa de erva mate
Picadinho com purê de moranga e queijo colonial acompanhado de farofa de erva mate
Ambrosia de bergamota
Fotos Porto Alegre antiga
Fotos do almoço : Elenara Stein Leitão
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