Porto Triste

Uma cidade é mais que seus prédios e ruas. Uma cidade é feita de suas pessoas, de sua cultura. E uma das coisas mais porto alegrenses era Tangos e Tragédias

Todo o verão os músicos da Sbórnia voltavam ao Teatro São Pedro e cantavam. Dançavam o Copérnico. Faziam a gente rir. Rir sempre. Mesmo que as piadas e músicas fossem as mesmas. 

Taí, não eram as mesmas. Eram mas não. Era sempre diferente.   


Fui ver Tangos pela primeira vez com a minha sobrinha e seu namorado. Como a sua filha vai fazer 15 anos e não nasceu nos primeiros anos de seu casamento, creio que já devem fazer uns 20 anos que fui. Inesquecível. Só quem viu pode saber.

Fui mais duas vezes depois. Pouco, muito pouco. Devia ter ido a todas. Mas é como diz a música, se eu soubesse teria feito mais, teria rido mais, teria me divertido mais. Se eu soubesse... 
Estava lá quando uma escola de samba fez uma homenagem e terminar o espetáculo ao som de samba na praça da Matriz é uma das experiências mais gratificantes de minha vida.

Agora a Sbórnia nos separa de Nico Nicolaiewsky. O Nelson que eu só fui saber o nome hoje, no convite de enterro nos jornais. Nascido em 1957 como eu. Maestro que parte, palco vazio, piano que silencia. 

Porto está triste sim. Um istmo nos separa. Mas...

Quem muito encantou não morre. Se ilumina. 

Uma cidade é feita de pessoas. Pessoas que acrescentam, algumas famosas, outras não. Uma cidade é feita de cultura. Algumas vezes prestigiada, outras não. Uma cidade é feita de História. E nada mais belo que deixar um rastro de música, poesia e risos. 

Então, até que a Sbórnia nos separe

Fotos ZH

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