Arquitetura inteligente e sustentável em bambu

A arquitetura tem várias definições mas em geral todas elas falam de organizar o espaço humano com uma intenção plástica. Mas é bem mais que isso. E a sua completa realização necessita da interação de uma equipe multidisciplinar. Já pensava assim na faculdade (anos 80) e cada vez mais me convenço que a figura do arquiteto artista que detém as respostas para tudo é uma grande ficção. Por isso quando encontro exemplos dessa prática que resulta em obras belas e solidárias com o seu entorno e população à que se destinam tenho o maior prazer de divulgar.  


Vejo isso no escritório vietnamita HeP Architects que é composto de um time de profissionais e que tem como filosofia três elementos inseparáveis: 


  • "Comportamento": Arquitetura "vive" na relação estrita entre seres humanos - Natural - social. Adaptação ao clima de local, da cultura, das complexidades de vida e mudanças sendo fontes de inspiração para não apenas a composição arquitetônica, mas como impulsionadores de uma evolução.
  • "Línguagem": O fazer arquitetura não é apenas se debruçar para a realidade social e psicológica, mas ser atuante como transformador da sociedade do futuro. A linguagem possui a responsabilidade de expressar sentimentos, pensamentos das pessoas. O discurso da arquitetura gerando a transformação de "material de cobertura" em "conteúdo espiritual".
  • "Mente": O estilo como fusão do comportamento e da linguagem. 
Um exemplo dessa filosofia de projeto encontramos na Blooming Bamboo Home, habitações econômicas e fáceis de construir para situações de emergência em zonas de inundação. O bambu foi escolhido por ser um material regional com várias qualidades. Para poder flutuar na época das cheias, as casas são ancoradas sobre plataformas de de tambores de óleo reciclado (uma opção quase clássica e já usada em outros projetos). Com âncoras as habitações ficam como barcos no cais.   
Quem convive em áreas inundáveis já notou que as populações locais constroem suas casas mais elevadas, o que evita os prejuízos com a água. Essa não foge à regra. Além disso, as condições de clima locais orientaram a solução dos telhados que proporcionam sombra e ventilação cruzada com os seus cortes triangulares. A forma segue a necessidade.   
 


 
 As esquadrias também se abrem criando novos espaços para os tempos mais secos. E no lado externo, paredes verdes criam hortas para os habitantes.

Flexibilidade nos espaços, conhecimento da cultura e do meio ambiente, uso de materiais e técnicas construtivas locais. E uma forma interessante. Arquitetura inteligente, sem dúvida. 

Veja exemplos de arquitetura em bambu no Brasil

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