Cidades - movimento e vida

Cidades são feitas de gente, e gente é feito de movimento. Por mais que nós arquitetos e urbanistas tentemos modelar e planejar pensando em soluções nossas que as alcancem e arranjem, elas nos fogem. Há que se pensar não no hoje e muito menos no ontem. Há que se antever o amanhã. Um amanhã que seja vivo e livre no seu movimento. Há que se ver que os caminhos são muitos e ricos. 

Foi pensando nisso que escolhi dois videos - curtos - que retratam a vida urbana. De dois modos, de dois pontos de vista, mas com um ponto em comum. Movimento. 

"...em Esmeraldina a linha mais curta entre dois pontos não é uma reta mas um ziguezague que se ramifica em tortuosas variantes, os caminhos que se abrem para o transeunte não são dois mas muitos..."

Italo Calvino - Cidades Invisiveis

#NYC from Piotr Wancerz on Vimeo.

" Assim o viajante ao chegar vê duas cidades: uma direita sobre o lago e uma reflectida de pernas para o ar. Não existe nem acontece coisa numa Valdrada que a outra Valdrada não repita, porque a cidade foi construída de modo a que todos os seus pontos fossem reflectidos pelo seu espelho, e a Valdrada na água contém não só todas as estrias e os remates das fachadas que se elevam por cima do lago mas também o interior das casas com os tectos e pavimentos, a perspectiva dos corredores, os espelhos dos armários. sistema de atendimento on line"

Italo Calvino - Cidades Invisiveis 


Mirror City Timelapse from Michael Shainblum on Vimeo.

Que sejamos nós todos cidadãos responsáveis pela vida futura de nossas cidades e de quem nela habitar. Que elas espelhem mais que nossas sociedades, espelhem nossos sonhos e que eles sejam muito visionários e que os nossos desejos de vida e moviemento sejam mais fortes que o medo e a mesmice de pensar e fazer.

"É uma cidade igual a um sonho: tudo o que pode ser imaginado pode ser sonhado, mas mesmo o mais inesperado dos sonhos é um quebra-cabeça que esconde um desejo, ou então o seu oposto, um medo. As cidades, como os sonhos, são construídas por desejos e medos, ainda que o fio condutor de seu discurso seja secreto, que as suas regras sejam absurdas, as suas perspectivas enganosas e que todas as coisas escondam uma outra coisa."

Italo Calvino - Cidades Invisiveis 

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