Mestre é o que planta vontades
Professor mestre - |
Estou assistindo online o Curitiba Social Media. Um dos painéis era sobre a Educação do século XXI e a necessidade de salas de aula presenciais. Um tema sempre interessante e lá pelas tantas me dei conta que, sob palavras diferentes, estava ouvindo o mesmo discurso que ouvia no meu tempo de estudante. Mudam as tecnologias, mudam os meios de acesso às informações, mas ainda estamos no dilema de definir o que é um mestre.
Mestre é o que facilita. É o que problematiza. É o que acende a vontade de aprender e achar as suas próprias respostas. Isso é verdade (e revolucionário) ontem, hoje e amanhã. No meu tempo de banco escolar, a gente tinha que recorrer a livros, aos eternos xeroxs, às viagens. Não haviam computadores, nem CADs, nem Google. Mas também não haviam redes sociais que nos mantivessem unidos, mas distantes. As reuniões e encontros eram nas mesas do bar, as discussões eram sobre a prancheta.
Fonte |
O novo aluno conta com um dado a mais hoje. Ele em geral tem mais conhecimento da tecnologia que seu professor. Na arquitetura já houve tempo em que os estudantes ensinavam CAD aos seus mestres...Hoje os clientes buscam suas respostas. Qualquer profissional sabe o quanto isso é complicado e útil no dia a dia. Útil porque nos ajuda com pesquisas, nem sempre conseguimos estar "up to date" com tudo o que acontece no mundo. Complicado porque as fontes de informação nem sempre são técnicas. É fácil ver um "como fazer" no google e achar que se sabe realmente fazer, as vezes reproduzindo métodos antigos ou não tão práticos. Imagine em sala de aula. Como devem ser então esses espaços e didáticas para chamar a atenção e prender um aluno que tem um smartphone ao seu lado, lhe chamando para uma vida virtual intensa e ágil?
Mais do que nunca, mestre é o que planta vontades. Mestre é o que instiga. Mestre é o que ensina como pesquisar. Na Arquitetura um bom mestre é o que ensina o processo de planejar. Não importa o tamanho do problema, não importa o programa, importa é saber como ir buscar. No Mestrado fazia parte do ensino buscar as referências bibliográficas. Nada era dado de mão beijada. Nada é dado de graça na vida. Saber o que e como buscar é que é o grande ensino. Seja em pedra lascada, seja em meios digitais.
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