Tendência de inovação na Construção Civil - Conservação de energia



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A consciência da necessidade de preocupação com os recursos energéticos não renováveis acelerou-se com a grande crise do petróleo da década de 70, quando as pessoas acordaram para a realidade de estarem calcando toda uma ideia de civilização baseada em um recurso que não iria durar eternamente.  A noção da própria Terra como uma grande espaçonave, Gaya, reflete esta consciência da necessidade de uma grande mudança na concepção da conservação dos recursos energéticos existentes e uma tentativa de descoberta de novos recursos ou reencontro com antigos recursos, que se tornam novamente emergentes pela sua possibilidade de renovação. Podemos dizer que esta nova maneira de enxergar o mundo, de uma maneira mais holística e integrada trouxe uma grande tendência do mercado em busca de produtos não poluentes, que não gastem um tipo de energia cara, nem na produção, nem ao longo de sua vida útil.

A Construção Civil não ficou fora desta tendência mundial. Na Arquitetura, que reage às mudanças da sociedade com movimentos cíclicos vemos uma volta da preocupação com clima e meio ambiente. Nos anos 50, as edificações privilegiavam a luz natural e usavam de recursos arquitetônicos para filtrar a luminosidade. Nos anos 70, no surgimento da era da informática, temos a concepção dos escritórios panorâmicos e o predomínio das construções dos grandes, e caros, arranha céus de vidro, onde a tônica era organizar os grupos de trabalho com mais eficiência.  O uso de condicionamento natural minimizava as preocupações de adequação dos projetos ao seu meio ambiente.  
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Com o advento dos anos 90 e a maior consciência ecológica, ressurge a preocupação com a preservação de energia. Vemos o surgimento dos edifícios inteligentes, domótica, volta ao uso dos recursos arquitetônicos, como janelas, parapeitos e brises, para evitar gastos energéticos futuros e a procura de novas formas para atender os princípios de conservação.
Discute-se hoje nos países de primeiro mundo a concepção sobre o que seria a "edificação do amanhã". Surge o conceito de prédio inteligente. Prédios comerciais com uma grande automação, tendo um controle central que atua integradamente com os vários sistemas de controle existentes : acessos, consumo energia, acompanhamento operações elevadores e equipamentos contra incêndio entre outros. Estes prédios exigem uma grande interação das equipes projetistas, com a parceria de firmas consultoras especializadas em sistemas inteligentes, das equipes de execução e fornecedores, e um treinamento para manutenção durante a sua vida útil. Estes investimentos são compensados pela redução dos gastos de energia e manutenção, e pela imagem em termos mercadológicos do prédio, existindo hoje uma grande demanda em termos de mercado para edifícios que ofereçam algumas características de controle de sistemas. O termo "edifício inteligente" tem servido como um poderoso argumento de marketing e tem sido deturpado, já que não basta oferecer equipamentos ou alguns sistemas de controle para caracterizar a "inteligência". Esta é caracterizada pela existência de um computador controlador central que interliga os sistemas e permite a completa racionalização das informações que recebe e os recursos que o edifício oferece.
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Já o termo Domótica (residência automatizada) seria a residência unifamiliar que reuniria integradamente os controles de consumos de água, luz, segurança, comunicação, entre outros, que hoje são feitos isoladamente. A Domótica têm sido muito discutida na França,(Santin,1994), onde recebe o incentivo do governo, tendo este o objetivo de atuar no sentido de melhorar as condições de vida dos cidadãos, necessidades levantadas em pesquisa junto à população. Como o uso de sistemas interligados é ainda muito oneroso para grande parte da população, e tendo em vista o seu alto impacto social, em termos de reduções energéticas, auxílio para idosos e deficientes na sua ligação com vários locais, o governo tem atuado no sentido de fomentar a produção industrializada destes sistemas, de modo a ampliar o leque de usuários. Para a realidade dos países de 3°Mundo o desenvolvimento e a ampliação da produção de sistemas que conduzam à residências mais racionalizada e com maior controle no que se refere a conservação de energia é muito importante, na medida em que os investimentos estatais em recursos energéticos são muito caros e a sociedade necessita de várias melhorias nos serviços oferecidos. Além do mais, a melhoria na qualidade de vida da população é um fator impulsionador do progresso, na medida em que um trabalhador satisfeito é mais produtivo.

DOMÓTICA = FLEXIBILIDADE + INTEGRAÇÃO + INTERCOMUNICAÇÃO + SINERGIA ENTRE APARELHOS E USUÁRIO. (Angel & Fraigi - 1994)

Esse texto é de um seminário do mestrado de 1995, mas seus conceitos se mantém atuais


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