Poluição urbana é caso de saúde pública


imagem de Elenara Stein Leitão - polyvore


Li uma entrevista do Professor Paulo Saldiva sobre os problemas causados pela poluição urbana. Que eles são grandes, todos sabemos, mas ao olhar em forma de números nos assustamos mais ainda porque eles vem aumentando ano a ano. E são fruto de nossas escolhas como sociedade.

Um dado estarrecedor é que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição urbana é a causa da morte de mais de 1 milhão de pessoas/ano no mundo. Sendo que idosos, crianças, gestantes, pessoas que tem problemas cardíacos e/ou respiratórios e camadas mais pobres que são mais expostas são os maiores atingidos.

Duas causas foram apontadas pelo Dr Saldiva como agravantes do problema: o caráter segregador da ocupação do solo nas metrópoles e a falta de políticas públicas que privilegiem o transporte público. É só ficarmos no meio de uma engarrafamento, tão comum em nossas cidades, para sentirmos isso. 

Abaixo coloco um infográfico que mostra claramente como uma sociedade que privilegia o transporte individual contribui para os engarrafamentos constantes. É só ver o espaço que ocupam carro, ônibus e bicicletas para transportar o mesmo número de pessoas. Além de comparações de custo de combustível e peso/morto deslocado. Tudo bem, a economia tem as suas razões que sabemos bem nem sempre são compatíveis com crescimentos mais saudáveis. Indústrias automobilísticas geram empregos e impostos. Muitos empregos e impostos. E isso sensibiliza as decisões políticas. Mas temos que estar atentos para outros dados porque, segundo a entrevista, o problema em saúde pública gerado pela poluição também é considerável: 
"Aproximadamente 12% das internações respiratórias em São Paulo são atribuíveis à poluição do ar. Um em cada dez infartos do miocárdio são o produto da associação entre tráfego e poluição. Os níveis atuais de poluição do ar respondem por 4 mil mortes prematuras ao ano na cidade de São Paulo. Trata-se, portanto, de um tema de saúde pública."

Além de políticas públicas que privilegiem um transporte público eficiente e de qualidade, outras medidas foram apontadas pelo professor como o "aumento da cobertura vegetal – que funciona como fator de redução de poluição –, medidas de readensamento urbano nas regiões centrais das cidades e políticas de incentivo aos combustíveis menos poluentes."

Vejam a íntegra da entrevista AQUI.

Na figura acima vemos algumas dicas para nos proteger da poluição que nós causamos em nossas cidades e que tanto nos faz mal.   

Na figura abaixo, um infográfico interativo que ajuda a comparar dados de mobilidade de capitais brasileiras. Nele se pode ver indicadores que mostram a posição que nossas cidades ocupam em estrutura cicloviária e menos mortes no trânsito, por exemplo. Isso é bom para fiscalizarmos e exigirmos mais atitudes de nossos governantes.  

E que outras atitudes podemos tomar?  Exigir políticas de mobilidade urbana eficientes, exigir políticas de prevenção à poluição do ar, de ruídos, visual. 

E nós? Refletir o que de nossas atitudes e escolhas diárias está contribuindo para agravar o problema. Usar o carro diariamente e individualmente agrava. Cortar árvores agrava. Sujar a cidade agrava (aquele papel ou batom usado jogado da janela do carro, polui sim, além de mostrar publicamente que você é uma pessoa que não é civilizada, não importa o dinheiro que tenha). Ser desrespeitoso no trânsito, nas ruas, na convivência urbana agrava. E muito. Buzinar na frente de um hospital é selvagem. Passar um sinal vermelho ou dobrar onde não pode não faz de você um cara esperto. Ao contrário, revela o quanto é burro e sem educação para viver em sociedade. Cidades saudáveis se fazem com pessoas civilizadas e inteligentes. Sejam governantes ou cidadãos. Façamos a nossa parte. 


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