Tempo, tempo - senhor da razão?


Já falei AQUI que sou apaixonada por relógios e sua simbologia, qual seja a que valorizar o passado faz o presente mais bonito.  
Envelhecer vivendo

é belo

como tudo o que vivemos.

Cada dia

para nós

foi uma pedra transparente,

cada noite uma rosa negra,

e este sulco no meu ou no teu rosto

é uma pedra ou uma flor,

recordação de um relâmpago.
 Pablo Neruda – do livro: Odes Elementares
Nada mais mestre que o tempo. E escrevo no dia que é considerado o dia internacional da Felicidade (20 de março) e isso me faz refletir que o tempo nos ajuda a ser mais felizes na medida em que vamos aprendendo a valorizar mais e mais os momentos intensos que a vida nos oferece. E os de ternura. E os de mansidão. E mesmo alguns em que vertemos lágrimas e vamos aprender dias (ou anos depois) que eram necessárias para um melhor crescimento como pessoas.
Em nossas casas também o tempo é milagre e renovação. Vemos nossos espaços crescerem, mudarem de forma e aprendemos a discernir quando foram pensados e construídos. Nada mais revelador da idade de um imóvel ou de uma reforma que os revestimentos usados. Seremos padronizados? Creio que sim. Usamos as mesmas cores, as mesmas roupas e os mesmos revestimentos pensados e vendidos como tendências em feiras, revistas e até mesmo em blogs cque se julgam independentes...

Todos estamos matriculados
na escola da vida,
onde o mestre é o tempo.
Cora Coralina
Seria de todo ruim? Não sei. Talvez seja o preço a pagar por vivermos em sociedade. Por isso não jogue pedras em quem se rebela, em quem não segue a manada, em quem usa o tempo como aliado e não como patrão.

Seja você. Use a sua cor, vista a sua roupa, faça de sua cada a sua cara. Use o tempo e o que ele lhe ensinou como aliado.

E seja feliz com a sua concepção de felicidade. O melhor termômetro em geral chama-se paz consigo mesmo. 

Fontes das imagens: Pinterest e Google  


Comentários

  1. Gostei muito do teu texto e da poesia do Pablo. Depois que conheci La Chascona em Santiago me sinto tão intima do mestre da poesia que o chamo de Pablo. A casa em Santiago do Chile que Pablo construiu (1953) para viver seu amor com Matilde teve Projeto e execução do arquiteto Catalão German Rodrigues Arias, mas foi uma criação do Mestre. O que interessava a ele eram os ambientes internos onde espaços e tempo se fundiram. (assim entendeu essa que vos fala e que pensa em espaço/tempo como uma coisa só). A amiga Tereza

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  2. Teca,
    Adorei a tua visão da casa de Neruda! Não te animas a escrever mais e mandar fotos? Ia adorar publicar aqui no blog! Espaço / tempo como uma unidade ou uma sintonia, nunca me debrucei sobre isso. Vou pensar. Beijos

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