Arquitetura hostil é a que afasta. Ao contrário da amigável que acolhe. Primeira lição da arquitetura: o muro divide, a ponte une! Poderíamos até argumentar que, em uma sociedade que foca na segurança, muitas vezes fruto da exclusão social, seria possível diferenciar em duas vertentes: a segurança de quem é proprietário e a expulsão dos indesejáveis. Um exemplo banal, de uso comercial e aceito sem questionamentos, é a cor usada em restaurantes de fast foods que tem a intenção de não acolher e fazer com que as pessoas saiam assim que terminem suas refeições. Outro mais explícito, são os bancos que não permitem que as pessoas deitem e o uso de materiais, como as pedras, que impedem que os sem teto se apropriem de um espaço público. Chamar uma de recurso arquitetônico e a outra de arquitetura hostil nos parece eufemismos de uma realidade que aceitamos sem questionar. A pedra debaixo do viaduto, a cerca elétrica, a concertina, o muro do condomínio, a guarita ( bunker ) do segurança não de...

Arquitetura do bem. Projetos que contribuem diretamente para o crescimento e bem estar humano. Nem sempre a Arquitetura do bem é grandiosa. Na grande parte das vezes ela é simples, pontual e focada na solução ou oferta de algo que faça diferença na vida das pessoas. Foi exatamente assim que vi o "Story Pod", esse volume reto e escuro que esconde tanta vida em seu interior. Fechada, uma caixa mágica, iluminada a noite por luzes de LED que são alimentadas por painéis solares. De dia, uma biblioteca que abre mundos permitindo a troca livre de livros.  Marco no espaço público aberto, ela instiga pela forma, mostra sombras e luzes de acordo com a posição do observador. Suas aberturas abrigam mais que a forma. Abrigam livros que estão ao alcance e desfrute das pessoas que ali circulam. Eles podem sentar e ler, podem circular pelos espaços, podem descansar e apreciar a vista. Está localizada em um parque público na cidade de Newmarket em Ont...

Em forma de roda gigante (!) Que os meios de locomoção baseados no transporte individual estão sendo questionados e a tendência, mesmo em nossas ruas e cidades brasileiras, seja de que as bicicletas assumam uma importância cada vez maior , não se duvida. Talvez até por isso algumas gritarias e ataques por grupos mais alinhados com um pensamento cada dia mais arcaico. Não aconteceu apenas aqui. Em países como a Holanda, a luta pelo espaço urbano para pedalar já vem de décadas e nem sempre foi amistosa. As vantagens são inúmeras. Além da atmosfera menos poluída, os ganhos com a saúde das pessoas é inegável . Pedalemos então.  E chegamos a outras necessidades. Local onde guardá-las em nossas casas . E equipamentos urbanos onde colocar as bikes. E estes devem ser, de preferência, mais do apenas estacionamentos com canos. Mas já que estamos optando por mais saúde e uma vida mais prazerosa, devem também ser elementos que tragam um ganho estético e artístico para nossas ruas...

06 de abril é o dia Mundial da Atividade Física . Tenho algumas décadas de vida e não me lembro de tamanha promoção do bem estar físico, especialmente da movimentação. O corpo passou a ser um foco de nossas preocupações diárias. Mas mais que a perfeição ou o ideal de beleza da moda, a atividade física é fundamental na nossa saúde. Não é debalde a preocupação dos governos e empresas com ele. Afinal prevenir é muito mais barato que remediar. Já aprendi em palestras que um gordinho que se mexe será provavelmente mais saudável que um magro sedentário. Com tanta preocupação não é de admirar a oferta de academias em nossas cidades. Mesmo a venda de aparelhos para usarmos nos edifícios ou em nossas casas aumentaram nos últimos anos. Mas....fico pensando se a oferta de áreas e parques públicos onde possamos nos exercitar sem gastar seriam em número suficiente. Pelo menos para a maioria da população urbana. Geralmente as maiores e mais bem equipadas área públicas são localizadas em...

Caminhos....mais que meros locais onde nos deslocamos, podem ser meios de expressar e instigar as relações das pessoas com as memórias e locais, passando pela exploração dos sentidos, as experiências pessoais e culturais e as relações entre o meio ambiente e infra estrutura.  Este o trabalho da artista canadense Jill Anholt que criou um memorial para os trabalhadores da British Columbia em um caminho de pedestres do Centro de Convenções de Vancouver, no Canadá. Segunda ela mesma, a proposta "capta a energia de uma onda como uma metáfora para a crescente diversidade da força de trabalho da província ."  Vemos que ele se amolda ao telhado verde do prédio e usa de materiais mais modernos como o aço inoxidável e a força histórica da madeira para proporcionar um envolvimento das pessoas que nele transitam.  Um passeio pelo site da artista vai nos levar à vários trabalhos que encantam justamente pela exploração das possibilidades de usos dos espaços como ...

foto: Eduardo Bellanca Olha aí um bom exemplo que a Univates trouxe para o Caminho do Gol em Porto Alegre. Uma estrutura em forma de araucária (árvore símbolo do sul) que é uma árvore solar fotovoltaica. Ou seja, ela transforma a energia solar em energia elétrica.   Já tinha falado aqui em como captar energia em equipamentos urbanos e não podia deixar de ressaltar esse bom exemplo! Sim, imagine quando você está de férias ou a trabalho em algum lugar e precisa recarregar as inúmeras baterias que facilitam a nossa vida, mas que se gastam com uma enorme facilidade! E nem precisa ser em um local diferente. Quem já não precisou de uma tomada em algum lugar público ou privado, e muitas vezes não conseguiu? Agora imagine fazer isso em uma praça, com a luz solar que é de graça e limpa? Pois é o que esse tipo de equipamento permite. Além disso também pode ser usado como ponto de iluminação e de acesso a wireless. E pode também recarregar veículo elétrico que é usado aqui em...

Espaços públicos pós grandes tragédias ambientais como terremotos sofrem pela falta de referenciais e dificuldades de reconstruir equipamentos urbanos. É o caso de L' Aquila , cidade histórica na Itália que sofreu um grande terremoto em 2009 que causou grande destruição. Pois um grupo de estudantes e profissionais se uniu e projetou e construiu o PARCOBALENO , uma área de lazer que utiliza material reciclável junto às unidades de alojamento temporário na cidade.  Como eles, eu também acredito que situações limite em que a falta de recursos e o estado de caos instalado pode gerar soluções criativas, baratas e relativamente fáceis de serem feitas, desde que contando com boa vontade e solidariedade. É a capacidade humana de transformar e renascer das cinzas, quando necessário. E contar com a capacidade de trabalho e cooperação dos estudantes, profissionais e moradores é sempre salutar em situações de pobreza de recursos. Essa solução de auto construção e união ...

Fonte Nossas cidades bem que podiam contar com equipamentos urbanos que fossem não só funcionais, mas que também ajudassem no bem estar da população e que fossem pró ativos na questão ambiental. Pois vejam esse exemplo de equipamento que atende a tudo isso. E já existe. Pode servir como parada de ônibus, estacionamento de bikes ou espaço de estar para a população. Conta com iluminação noturna, tem pontos para carregar tanto equipamentos eletrônicos, como celulares, como bicicletas elétricas. Painéis fotovoltaicos geram a energia para várias utilidades. Veja como AQUI . Opcionalmente pode ainda ter acesso Wi-FI. E da mesma empresa essa estação para carregar veículos elétricos (carros e/ou bikes) também equipada com painéis fotovoltaicos e turbinas eólicas de pequeno porte. Veja AQUI Ou seja, nossas cidades aí estão, carentes de planejamento , carentes de boas práticas, carentes de equipamentos práticos e que pensem nas necessidades de seus habitantes. Acord...