Revisitando Delfos e o Templo de Apolo

Essa semana fui a uma palestra almoço no Studio Clio em Porto Alegre. São os chamados Almoços Clio e já falei várias vezes deles. O assunto era deveras interessante para todo arquiteto: Templos Gregos.

O palestrante, Dr. VFrancisco Marshall nos deu uma aula sobre os Templos, locais onde se situavam, estilos, arquitetura grega e história.

Os templos obedeciam a padrões bem estabelecidos em adornos e colunatas. E essas em geral obdedeciam uma proporção do número da frente em dobro mais um na lateral. Os templos não eram locais para reunião de multidões em cultos, como as nossas modernas igrejas, e eram dedicados a variados deuses da rica mitologia grega. Estátuas gigantescas e com tecnologias perdidas que permitiam moldar marfim e ouro foram criadas para louvar o Deus da Pólis.


Em especial me lembrei de quando fui à Grécia, em 1990 e em particular do passeio ao Templo de Apolo em Delfos. Ir até lá já foi uma epopéia. Me enganei com o nome de uma rua e em vez de ir ao local do ônibus para Delfos, fui parar (eu e meus companheiros de viagem) do outro lado de Atenas...É que ler em grego não é assim tão fácil. Resultado, chegamos ao local certo depois que os ônibus tinham saído....Em quatro resolvemos fazer uma gauchada (aqui chamamos gauchada um feito fora do normal). Imaginem duas arquitetas gaúchas, um casal de parapsicologos argentinos parando um taxi de um grego que não falava outra lingua que não fosse...grego! Mas...provando que, para quem quiser se comunicar, basta boa vontade, uma boa linguagem corporal e sorrisos, lá nos fomos nós. Com direito a histórias que o grego contava e não me perguntem como a gente entendia...Passamos por Tebas, ele parou para colher uma flor (paparuna) para nos dar. E chegamos.

Vocês não podem imaginar a emoção de ver aquela imensa montanha que tem uns tons rosas. E que no dia em que fomos estava meia nublado e ela ficava ainda mais impressionante.

O sítio histórico do oráculo de Delfos é magnifico! Abaixo uma reprodução de como devia ser na sua época aurea tanto em volume como em planta baixa. Os templos usavam muitas cores. Mas muitas cores mesmo. Para quem está acostumado com a sua aparência de ruína clássica, quando vê as fotos e afrescos em museus mostrando algo que se assemelha a uma produção B de Hollywood, leva um susto. Mas era assim que eram. 


O oráculo tinha uma participação estratégica na vida política e social da antiga Grécia já que muitas pessoas iam ao local fazer consultas e levavam oferendas que ficavam guardadas no tesouro (uma construção em forma de templo, mas toda fechada). 

Nos disseram no local que por baixo do Templo de Apolo havia uma emanação de gases que deixavam a Pitonisa (ou sacerdotisa de Apolo) em transe. Os enigmas que saiam de suas falas deviam ser traduzidos pelos sacerdotes. E, imagino eu, deviam obedecer a interesses da época. Mas, políticas a parte, é um local impressionante, de uma energia ímpar. Um dos locais que eu tinha que conhecer nessa vida. E que adorei revisitar nesse almoço, ainda mais que fui em companhia da minha companheira de viagem daquela época.

 

Fotos  
http://thehistoryview.blogspot.com.br/2011/03/sociedade-grega-aula-6.html
http://www.slideshare.net/maximum.the.quack/intro-a-la-historia-grecia-3templos
Acervo da pessoal da Arquiteta

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