Colcha de retalhos...da vida

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Sabem essas colchas lindas, daquelas que muitas avós e bisas de antanho faziam ? Reuniam restos de tecidos que sobravam de roupas que faziam em casa (!) ou reformas. Era a tal da reciclagem que tinha caras de economia naqueles tempos em que a sustentabilidade não era palavrinha fácil, até porque não se consumia tanto assim. E portanto não se gerava tantos resíduos que poluem e gastam as reservas da terra de forma astronômica. 

Essas colchas eram como uma história da família da gente. Olha ali a roupa da formatura...essa daqui saiu da calça que rasgou naquele passeio, lembram ? E essa renda ? Não seria daquele vestido dos 15 anos ? Pura memória. Diferente de comprar algo pronto e impessoal...   
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E porque lembrei disso agora ? Porque de certa forma ando fazendo uma colcha de retalhos de recordações. Com as redes sociais e a internet tenho revisitado pedaços da minha vida em forma de amigos que reencontro e que preenchem lacunas de fatos que esqueci. E eu, as suas memórias. Como é interessante observar que os fatos ficam registrados de maneiras diferentes de acordo com a percepção de cada um. O que nos parecia irrelevante, marcou alguém que lembra fatos, datas, e nos traz esse resgate, acendendo em nós uma luz para algo que havia passado batido. E conosco acontece o mesmo. E desse amontoado de memórias surge um desenho: o de nossas vidas. Que fica então mais uma vez comprovado, não existe biografia de alguém só. Nossa história é a história dos encontros. É a história das interações. Qual uma colcha de retalhos que só encontra sua beleza quando reúne fragmentos e forma seu mosaico.
Em outros que fiz, andei pra chegar mais longe
E de lá de longe me ver feliz
Andei pra valer a pena
Olhei pra trás pro que é meu

Nosso passado me acena pelo que foi já valeu.
Foi essa poesia de Lenine para sua mulher Ana, que li no blog de minha amiga Ada, que me fez entender o que anda acontecendo em minha vida nos últimos meses. O mosaico está sendo formado das memórias que restaram. Não, não é uma nostalgia sem sentido nem um fim de linha. É uma necessidade de olhar mais aprofundado para novas etapas. De tempos em tempos é bom fazer isso. Um inventário. Assim como no filme: Colcha de Retalhos


Fragmentos de minha vida
  

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