O Fantasma e a Opera de Paris


Tive a oportunidade de assistir ao almoço Clio (no Studio Clio) com a palestra de Ana Maria Marshall que falava sobre o livro que inspirou o Fantasma da Opera, de Gaston Leroux . A gastronomia foi de Aline Higa. e abaixo segue o cardápio.


Cardápio
Entrada : Terrine de salmão com pãozinho (foto)
Prato principal: Almôndega ao molho Aurore com conchiglie e ervilhas
Sobremesa: Soufflé glacé aux fraises (melhor parte, dos deuses).



Vi a versão do Fantasma da Ópera de 2004 no cinema. Mas existem versões no cinema desde 1925. O Gaston Leroux, em cujo livro é baseada a história, era um jornalista e, na verdade, a história de amor é bem menor no seu livro do que foi mostrado no cinema e teatro. O Erik (nome do Fantasma) era bem mais feio que o Gerald Butler e bem menos charmoso. Ao contrário, a história tem muito de terror e a trama policial é bem marcante no livro. E um dos personagens centrais é sem dúvida o teatro. A Ópera de Paris. Como é construido sobre um pântano, o autor lançou a ideia de um rio subterrâneo e um mundo construído pelo Erik, que era até arquiteto,além de brilhante músico. Mas acho que a história nos bate mesmo pela intensa paixão desse personagem. Mas para mim uma paixão de certa forma egoista,mais pela criatura que formara para a música que pela mulher Christine...O que acham vocês ?



Mas um dos maiores personagens é mesmo o impressionante Palais Garnier, a Opera de Paris. Achei uma descrição bem interessante sobre ele feita pelo Jorge, aqui nesse site e que vou reproduzir abaixo: 

  A Ópera de Paris é um desses prédios capazes de revolucionar a história da arquitetura. Esse edifício é parte do plano de renovação de Paris empreendido durante o governo do Imperador Napoleão III pelo prefeito Barão Haussmann, e que deu à Cidade-Luz as feições pelas quais a conhecemos hoje: seus amplos bulevares arborizados, praças, parques, monumentos e prédios de poucos andares. Em 1860 foi aberto um concurso internacional para o projeto do prédio da Academia Imperial de Música, e para surpresa geral, o vencedor foi um jovem arquiteto praticamente desconhecido, embora já tivesse sido agraciado com o mais prestigioso prêmio artístico da França – o Prix de Rome. Seu nome: Charles Garnier.
A Praça da Ópera no final do século XIX.
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A Grande Escadaria.
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Corte Longitudinal. Desenho do Journal Illustré, de 1875.
http://img389.imageshack.us/img389/7283/operadeparis7ty7.jpg
As obras tiveram início ainda em 1861, porém sofreram uma série de percalços que a fizeram se arrastar muito além do cronograma inicial: em 1870, a Guerra Franco-Prussiana e a queda do Imperador Napoleão III, em 1871 a terrível Comuna de Paris, que resultou em dezenas de milhares de mortes e na destruição de parte da cidade. Depois de inúmeras interrupções e de o orçamento original ter sido estourado em muito, a Ópera foi finalmente inaugurada em 1875 e causou de imediato um impacto profundo no mundo da arquitetura.

De fato, o edifício é impressionante, de dimensões gigantescas; os mais nobres materiais, como mármores de diversas partes do mundo, mosaicos, lustres gigantescos de cristal. As mais modernas tecnologias da época foram adotadas, inclusive o uso de concreto nas fundações – era uma das primeiras ocasiões em que se usava em grande escala esse material desde que havia sido redescoberto pouco tempo antes (sua técnica havia sido perdida desde o tempo dos romanos).

A quantidade de salões, escadarias e galerias é tão grande que no final sobra pouco espaço para a platéia; a Ópera de Paris possui 2.200 lugares, enquanto que o Teatro Municipal de São Paulo, muito menor, possui 1673. A fim de criar uma perspectiva que favorecesse visualmente o edifício, foi criada uma nova avenida, que não estava prevista nos projetos originais de Haussmann – a Avenida da Ópera. É uma das poucas avenidas de Paris sem fileiras de árvores plantadas nas calçadas, a fim de que não prejudicar a visualização da Ópera. Em 1900, outro cuidado foi tomado durante a construção do metrô, com a instalação de balaustradas de mármore ao invés das entradas de ferro no estilo art nouveau das demais estações, que poderiam estabelecer um conflito visual com o estilo da Ópera. Infelizmente, não se teve a mesma preocupação nos anos 60 quando o teto da platéia recebeu uma horrenda pintura moderna de Marc Chagall, numa verdadeira agressão visual ao velho edifício.

A Ópera de Paris, com sua incrível profusão de esculturas e ornamentos na fachada, marca uma guinada na história da arquitetura, onde a sobriedade e austeridade do neoclassicismo até então dominantes passam a ser preteridos em favor da chamada arquitetura “eclética. Trata-se de uma arquitetura “barroca”, no sentido da exuberância e não apenas do estilo (embora o estilo barroco tenha influenciado fortemente o projeto de Garnier).

Até a metade do séc. XX, a cultura francesa era a mais admirada e imitada no mundo inteiro. Porém, havia um país em particular onde a admiração pela França chegava ao nível da veneração; e esse país era o Brasil. Tanto é que, nas duas maiores cidades os teatros principais foram inspirados, ou melhor, são quase réplicas da Ópera de Paris: são os Teatros Municipais do Rio de Janeiro e São Paulo.

Realmente nota-se pelas fotos e corte que é um edifício impressionante. Especialmente no corte se nota a envergadura da área acima do palco e o subterrâneo sob o palco. Pode-se imaginar que um artista como o Erik descrito no livro pudesse ter realmente criado um mundo encantado nesse cenário.

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